A tricologista Viviane Coutinho explica as vantagens e desvantagens do uso deste produto
Quando falamos de higienização capilar, o processo tradicional é lavarmos os cabelos com água, shampoo, condicionador e outros produtinhos que as madeixas têm direito. Mas em dias corridos, nos quais não damos conta de tomar um banho mais demorado e dedicarmos tempo a rituais de beleza, a solução pode estar em um tubo de shampoo a seco.
A tricologista Viviane Coutinho, que comanda um consultório especializado em cuidados capilares e é membra-docente da Academia Brasileira de Tricologia (ABT), explica como funciona o produto.
“É uma substância em pó, liberada em forma de spray, que parece com aqueles fixadores de penteados, mas que é capaz de revitalizar a aparência e melhorar o odor dos fios. Seus componentes, como o amido de alumínio octenilsuccinato, absorvem boa parte da gordura do cabelo”, conta. “Seu uso é comum especialmente durante o inverno – já que, com o clima frio, as pessoas tendem a lavar os fios com menos frequência do que no verão.”
Apesar de ser uma ajuda mais do que bem-vinda ocasionalmente, o uso do shampoo a seco não deve se tornar rotina, de acordo com a especialista.
“O efeito costuma durar algumas horas. É aquele recurso que te salva quando não dá para lavar os fios, mas não substitui a lavagem tradicional de maneira alguma. Apenas serve para dar aquele help em ocasiões de emergência. Aliás, quando se utiliza o produto em excesso, ele pode até mesmo prejudicar a saúde dos fios”, afirma.
Por conta disso, a aplicação desse produto não é indicada para quem já tem caspa ou lesões no couro cabeludo, pois o quadro pode se agravar.
“Não é interessante utilizar se a pele do couro cabeludo não estiver saudável para evitar irritações e alergias, principalmente quando há descamação ativa”, descreve. Isso porque, ao aplicar o pó na cabeça, é necessário esfregar com toalha para remover as partículas esbranquiçadas do produto. Caso o uso seja feito da maneira errada, é possível obstruir os poros e causar inúmeros problemas.
“O couro cabeludo é um captador de sujeira, poluição, resíduos de cosméticos. Portanto, a remoção desse combo precisa acontecer para que não haja um desequilíbrio da microbiota na região”, descreve.
Apesar dessa contraindicação, o shampoo a seco é democrático e pode ser aplicado em todos os tipos de cabelos – sejam eles lisos, ondulados, cacheados, crespos, naturais, grisalhos, tingidos ou alisados.
“É possível usar uma vez por semana, já é um número aceitável. Porém, é preciso saber que a sua função é apenas paliativa e que logo será preciso lavar os fios com produtos específicos”, destaca. Após o uso, pode ser necessário apostar em produtos com agentes de limpeza mais potentes.
“Algumas substâncias naturais, como o óleo essencial de melaleuca e lavanda, são ótimos para essa finalidade. Em alguns casos, o shampoo anti-resíduos também pode ser excelente”, completa.
Fonte: Thiago Freitas ([email protected])