Pensei muito antes de decidir falar sobre o dia que tive a Maria Antonia. Confesso que cheguei a desistir, já que o intuito destes posts nunca foi gerar polêmicas. MAS, como escrevo há mais de 6 anos para leitoras muito queridas e que gostam deste espaço, resolvi arriscar mais uma vez pensando nelas. Afinal de contas, vocês também dividiram suas experiências do dia do parto comigo durante toda a minha gravidez, quando eu estava morrendo de medo e pedindo conselhos, certo?
Sim, tive muito medo, ainda mais por ser uma experiência que eu desconhecia. Não sabia como seria, o que iria sentir, como iria aceitar este momento. Quando cheguei nos 9 meses de gestação, meu médico me aconselhou a fazer o parto cesárea por questões médicas. O Dr. Paulino é muito profissional, tranquilo, nada ansioso e sem dúvida alguma, faria um parto normal tranquilamente se esta fosse a escolha certa para mim. Ele fez tudo conforme a minha vontade, esperou até o momento certo para a M.A estar prontinha e na hora de sair da barriga da mamãe. Mas enfim, hoje não estou aqui para falar deste assunto tão polêmido que é o “cesária x normal”, já que este é um assunto extremamente pessoal, pois cada mulher quer – e tem o direito – de defender a sua causa e ter o parto que achar certo.
Mas vamos ao que interessa? O dia do parto! Este post é pra vocês, leitoras, que estão grávidas e já se decidiram fazer um parto cesárea, ok? Não estou tentando convencer ninguém ou alterar a sua escolha, até porque cada grávida sabe o que é melhor para ela. Mas acho justo contar alguns detalhes específicos da cesárea para as que estão com medo do procedimento, como a anestesia, pós operatório, etc…
Ps: a pessoa ta giga ou não? kkkkk
21 de Agosto – fui dormir pensando: “a partir de qualquer momento, vou ser mamãe!”, vou viver um momento único na minha vida, inesquecível. Prepara coração! Antes de dormir, rezei muito para a Nossa Senhora do Bom Parto, junto com o Antonio e dentro do quartinho da M.A pois já queria sentir a presença dela na nossa casa. Juro que isso me deixou mais tranquila, pois deixei nas mãos de Deus e Nossa Senhora. Sempre aconselho as minhas amigas a rezar neste momento de maior ansiedade e medo, pois nos ajudam a relaxar e acreditar que tudo vai sair conforme o esperado e abençoado. Seja lá qual for a sua religião, tire um tempinho para você e só pense em coisas boas!
22 de Agosto – acordei feliz pois sabia que estava prestes a conhecer o amor da minha vida, mas também muito ansiosa pois iria passar por uma cirurgia e nunca tinha passado por isso antes. Acordamos, eu e Antonio, lá pelas 8 da manhã. Fiz todo o meu ritual do dia a dia, conferi a mala da maternidade, peguei a minha santinha e meu livrinho de orações da Eleanor. Tomei um suco e comi uma bolacha água e sal (recomendações médicas). Para o look, pensei em algo bem especial, pois queria me arrumar e ficar linda para a chegada da minha princesa! Mas naquele momento não tinha cabeça para pensar em qual roupa usar, por isso já deixei tudo pronto no dia anterior.
Logo depois, umas 9:30 da manhã, passamos no consultório do meu obstetra para passar pomada anestésica Emla nos pontos onde iria tomar picadas ( ai ai ai, essa palavra arrepia né? kkkkk). Cada paciente tem uma preparação, tudo depende do seu médico, mas a Emla me ajudou demaissssss a não sentir dor alguma, nem mesmo a picada na mão para colocar o soro. Depois disso, fomos para a Unimed de Araçatuba (adorei tudo, os funcionários, o atendimento, a organização, o quarto, tudo nota 10) e dei entrada na internação. Este momento foi tenso, porém muito alegre pois a nossa família chegou em peso para o nascimento da M.A! Meus pais, minhas irmãs, os pais do Antonio e seus irmãos, toooodo mundo, até a Andreinha fotógrafa hehehe! Registramos todos os momentos, o quarto onde eu estava, a decoração, tudo! Conversamos, demos risadas, mas claro, minha cabeça estava a mil, só pensando na cesárea que estava para acontecer em poucos minutos e na minha filha que estava chegando!
Enfim, chegou a hora! Coloquei a roupinha verde do hospital e foram me buscar na maca. Este é, na minha opinião, o segundo pior momento da cesárea, que eles te levam na maca, naquele corredor sem fim, te dando tempo para pensar no que está prestes a acontecer. O pior momento de todos para mim não foi a anestesia, que eu tanto temia, e sim os minutos na salinha de espera para entrar no centro cirúrgico. Aquela salinha me matou de ansiedade e eu só conseguia chorar e rezar! Nesta hora a cabeça está a mil, né? Mas graças a Deus o meu anestesista Dr. Fenelon, que é um foooooofo e excelente profissional, foi conversar comigo e tentar me acalmar. Logo depois fomos para o centro cirúrgico, e por incrível que pareça, lá dentro fiquei bem mais tranquila pois vi pessoas que eu já conhecia e confiava como o meu gineco Dr. Paulino, o Dr. Rogério, Dr. Fenelon, a pediatra da M.A Dra. Luciana Alves e a enfermeira super top Sueli, isto me tranquilizou demais! É incrível como esta confiança na equipe médica me deixou muito mais tranquila. Para mim, confiar nos profissionais e conhecê-los muito bem me deixou mais relaxada. Cidade do interior é ótima porque nos relacionamos com todo mundo desde sempre rs. O Dr Paulino conheço desde que virei mocinha haha, o Dr. Fenelon sempre fez academia no meu horário, o Dr. Rogério (gineco que opera com o Paulino) mora no meu prédio e com a Sueli sempre dei altas risadas nas inúmeras consultas que fui. Para a minha tranquilidade, todos ainda são excelentes profissionais, ou seja, equipe super TOP!
Mas continuando… O meu maior medo era da anestesia. Durante o parto, o Dr. Fenelon foi um santo, pois conversou o tempo todo comigo e explicou passo a passo o que ele estava fazendo. Começando pelo soro da mão, ele que fez questão de colocar e não doeu NADA! Sempre com muita cautela e paciência, fomos para a anestesia raque. Aplicou a primeira e eu não senti nada. A segunda e também nada. A terceira e nada ainda! Então ele falou “já passou”!!! Eu nem acreditei! Ps: foram 3 porque ele faz um mix de anestesias para uma amortecer a outra, sabe? Até chegar na raque que teoricamente seria um pouco mais dolorida, mas não foi! Então bloguetes, o que eu quero dizer pra quem vai passar por isso é que NÃO DÓI. Podem confiar em mim, eu era a pessoa mais medrosa deste mundo, odeio agulhas e nunca tinha tomado anestesia na vida. Claro que depende de cada profissional, mas pelo que li em depoimentos de muitas mães que passaram por isso, a maioria também não sente dor alguma!
A picada da anestesia não é nada perto da aflição que eu senti quando ela começou a fazer efeito. Aí sim é um momento chato, mas que também passa rápido. Dá um medo de parar de respirar, parece que vai anestesiar tudo! Mas mais uma vez, os médicos ficaram conversando comigo, me acalmando, com muuuuita paciência, esperando com muita calma cada passo da cirurgia. Este momento durou uns 5 minutos e logo passou. Não fiquei com aflição de não sentir as pernas, pois tinha certeza que era só por alguns minutos. Logo depois o Antonio entrou na sala e eu fiquei suuuper aliviada e feliz com ele ao meu lado. A presença do marido ou de alguém da família nos traz mais tranquilidade ainda! Ele foi demais de fofo, ficou conversando comigo e me acalmando o tempo todo! E olha que eu sempre achei que ele fosse dar trabalho porque sempre morreu de medo de hospital hahaha! Mas parece que eles (os maridos) ficam fortes nesta hora, né?
Passado uns 20 minutos o Dr. Paulino avisou que a Maria Antonia já estava chegando!!!! Ai que momento lindo, foi demais!!! Ela chorou, eu chorei, o Antonio chorou, foi muito emocionante! Na hora eu perguntei se ela era loirinha igual ao pai e o que eu sempre tive certeza e sonhado várias vezes, foi confirmado rs!!!! Graças a Deus ela nasceu muito saudável e tirou nota 10!
A cirurgia terminou, fui para o meu quarto e depois foi só alegria! A minha recuperação foi ótima, não posso reclamar, só senti uma dor super forte quando sai da cama um dia depois da cirurgia. Levei um dia para me acostumar a andar novamente com o corte da cesárea, este momento é muito difícil, não vou mentir, mas após isso, fiquei bem e já tive alta! Em casa foi muito tranquilo, dois dias após o parto já andava pra lá e pra cá, pegava a M.A, sentava, levantava, recebi visitas rssss…
Hoje eu tenho a minha filha que tanto amo! É um amor que cresce a cada dia, a cada descoberta. É um presente de Deus, o melhor presente de nossas vidas! Como é bom ser mãe!!!
Bom, consegui tirar lá do fundo das minhas emoções para contar pra vocês como foi o parto da M.A. Se eu tiver outro filho, não posso dizer como será o parto, pois não sei, quero tomar a decisão beeem pertinho da hora, como fiz desta vez. Quem sabe tentarei um normal? Só o tempo dirá rs!!!
E como existem mulheres que também sonham em ter um parto normal, pedi para uma amiga muito próxima contar como foi o seu! O Luca nasceu exatamente um mês antes que a Maria Antonia (meu futuro genrinho hahaha) e a Paty não é mãe de primeira viagem, pois também tem o Caio. Achei interessante mostrar as duas versões, da cesárea e do normal, pois assim eu não fico defendendo nem um ou outro. Sou uma pessoa neutra que teve uma filha de parto cesárea e está feliz assim. Não me sinto menos mãe e minha filha é linda, saudável, alegre e esperta do mesmo jeito que seria nascendo de normal. A Paty já teve uma cesárea e no segundo optou pelo normal com analgesia. Olha só o depoimento dela:
Ninguém acreditou que eu ia fazer parto normal, ainda mais depois de eu ter tido o primeiro filho, o Caio, de cesárea…
Eu sempre quis ter meus filhos de parto normal, mas, na primeira gravidez, só consegui convencer o meu marido que ele é muito bom tanto para mãe quanto para o filho depois do sétimo mês de gravidez. Não estar decidida do que eu queria desde o começo, foi um dos motivos que não me levou “até o final” e com 40 semanas decidi que não aguentava mais o barrigão e marquei a cesárea para o dia seguinte…
Mas quando fiquei sabendo que estava grávida dp segundo, nada me tirava da cabeça que ia “parir” o meu Luca… Meu marido Gabriel e eu procuramos uma Doula, que nos esclareceu várias duvidas e combinei de ir em encontros semanais com outras grávidas pra falar sobre o parto normal. Fui num encontro e foi ótimo, fiquei ainda mais confiante que ia parir!!! Mas, como não sou uma pessoa muito comprometida, depois de um encontro eu não voltei mais… Os meses foram passando e eu ainda estava confiante em fazer o parto normal, mas o medo ia aumentando a cada dia. O medo foi crescendo tanto que passei a conversar com meu marido a respeito, e também com algumas amigas que ja tinham “parido” o primeiro filho… Confesso que até pensei em desistir.
Por volta da 38º semana eles me convenceram a voltar na Doula. Ela foi uma peça chave nesse parto, conversamos durante uma hora mais ou menos e descobri que meu maior medo não estava na dor, e sim na possibilidade de não conseguir provar pra todo mundo que eles estavam errados, ou seja, de acharem que eu fosse desistir (como foi do primeiro filho)!!!! Combinei com ela que levaria o Gabriel para uma “sessão”. Conversei bastante com ele e fiz ele prometer pra mim, que por pior que fosse a dor, que por mais que eu insistisse em desistir e fazer a cesárea, ele não deixaria… Ele iria me ajudar a conquistar esse sonho…
As contrações começaram num sábado, que até então eu nem sabia que eram contrações (achava que eram dor de barriga, hihihi)… Até fui num casamento, dancei um pouco e tudo mais! No domingo por volta de 19h resolvi ligar pra minha médica, e contei pra ela dos pequenos desconfortos que eu estava sentindo… Realmente eram bem pequenos, cheguei a pensar “Gente, se a dor das tais contratações for só isso eu tiro isso de letra”. A médica me orientou a ir ao hospital pra ela fazer o toque e ver se realmente eu estava tendo contrações e dilatação. Para a minha surpresa, já estava com 2cm de dilatação e em trabalho de parto! Ela me orientou que eu fosse pra casa, arrumasse minhas coisas, descansasse (eu cheguei até a cochilar) e por volta de 23hrs voltasse para o hospital para internação (eu nao tinha intenção de fazer parto em casa, me sentia mais segura no hospital). Às 23h eu já estava com 4cm, mas as dores estavam aumentando…Só que nada como o que eu ja havia ouvido falar, estavam muito tranquilas… O tempo foi passando e as dores foram aumentando cada vez mais, as contrações ficaram cada vez mais próximas, uma dor inexplicável! As 3 hrs da manhã eu desci para o centro cirurgico (a minha médica faz os procedimentos dela assim, não que eu tinha intensão de fazer cirurgia). Acho que neste momento fiquei fiquei um pouco tensa, porque continuei a sentir dores, e a dilatação parou, nos 6cm.
Foi ai que o desespero começou, as dores estavam fortes demais. A cada contração eu pedia pelo amor de Deus para o meu marido para fazermos a cesárea, e pedia para a médica tambem. A Dra. me respondeu “Patricia, gostaria muito de te ajudar a conquistar o seu sonho…vamos esperar mais um pouco…”. Então eu implorei para a médica aplicar a analgesia (aquela pequena anestesia que diminui as dores da contração), mas ela só podia me dar a bendita da anestesia quando eu completasse 7cm. Afffff como foi sofrido, quanta dor eu senti! Resolvemos então estourar a bolsa (a bolsa nem sempre estoura quando comecam as contrações), porque ela disse que talvez ajudaria o neném a descer e ajudaria na dilatação. Não adiantou muita coisa e sofri mais um pouco até que cheguei nos 7 cm e a analgesia foi liberada! Que alívio, não sentia mais dor alguma! Depois da analgesia o parto foi um paraíso, a doutora me falou a hora de empurrar, fiz muita força e enfim meu bebê nasceu lindo e saudável no dia 22 de Julho às 5:00 da manhã.
Eu nao sei explicar o que senti! Além da felicidade imensa de ter outro filho, eu estava me ACHANDO. Me achando a mulher maravilha, uma mulher poderosa, satisfeita e orgulhosa de mim mesma, afinal, eu consegui! Mas acima de tudo, eu senti um amor IMENSO pela pessoa que esteve ao meu lado o tempo inteiro, me apoiando e que não me deixou desistir: meu marido!!!
Ufa!!! Que depoimento lindo e emocionante da Patty, né bloguetes? Depois de lembrar todos os momentos de alegria que passei no meu parto cesárea e ler os momentos que a Paty passou com o dela, a conclusão é uma só: não existe regra, não existe certo e errado, pois não existe nada mais mágico do que gerar um filho! A maneira que ele nasce, se é um ou outro, é fichinha perto do que uma mãe ainda vai sentir de emoção, alegria, satisfação e amor durante a vida inteira do seu filho! O que mais vale no final disso tudo é ter nossos bebês saudáveis em nossos braços, não é? Desejo um parto maravilhoso à todas, abençoado e que seus bebês cheguem perfeitinhos e que tragam muitas alegrias para suas famílias 🙂