Antes considerado um artigo de luxo ou apenas uma bebida para ocasiões especiais, o vinho está ganhando cada vez mais espaço nos lares brasileiros. Com rótulos mais em conta e maior acesso a informações, mesmo o consumidor que não tem experiência na degustação da bebida começou a se aventurar nesse universo.
Esse movimento de novos apreciadores de vinho vem ocorrendo desde 2019 no mercado nacional. Com a pandemia, a tendência só cresceu, sobretudo em função do isolamento social e do fechamento de bares e restaurantes.
De acordo com a Ideal Consulting, empresa de auditoria de importação e inteligência de mercado especializada em alimentos e bebidas, cerca de 491,9 milhões de litros de vinho foram comercializados no Brasil de janeiro a novembro de 2020.
Em 2021, houve uma pequena redução no consumo da bebida, que alcançou a marca de 458,4 milhões de litros vendidos no mesmo período. Apesar da retração, os números mostram que o mercado continua aquecido e o interesse dos brasileiros pelo consumo de vinho veio para ficar.
Não por acaso, a busca por informações sobre vinhos para apreciadores iniciantes vem crescendo. Segundo Marina Souza, sommelière da Wine, nessa fase o indicado é que o consumidor opte por vinhos fáceis de consumir e de identificar os aromas e sabores.
Nesse sentido, a profissional pontua algumas dicas interessantes para acertar na escolha dos rótulos ideais para o paladar iniciante.
Como escolher bons vinhos para iniciantes
Para Marina, os vinhos varietais são as melhores opções para quem está começando. Esse tipo de vinho é produzido com uma única variedade de uva e, geralmente, pode ser identificado de forma simples, por meio da citação no rótulo.
A grande vantagem do vinho varietal é que, por ser produzido com apenas um tipo de uva, a identificação de sabores e aromas é bem mais fácil. Além disso, o apreciador tem a oportunidade de entender o chamado terroir do vinho.
O termo terroir é muito utilizado pelos apreciadores de vinhos e seu significado é complexo. Basicamente, ele é usado para se referir ao conjunto de fatores que tornam cada vinho único, formando uma espécie de “DNA” de cada bebida.
O clima, o microclima, o relevo e a cultura do local onde a uva e o vinho são produzidos, por exemplo, são fatores que formam o terroir e influenciam na qualidade da bebida.
Opções de vinhos bons e baratos para quem está iniciando
Levando em consideração o tipo de uva e o terroir, a sommelière da Wine, maior clube de vinhos online do mundo, recomenda três opções ideais para quem está começando nesse universo: o Ímpetu Cabernet Sauvignon 2018, Ímpetu Carménère e Ímpetu Sauvignon Blanc.
“A linha Ímpetu é perfeita para quem deseja entrar no mundo do vinho. Para quem está começando, vai encontrar um vinho fácil de beber, bem fresco, frutado, com uma acidez bem bacana e taninos não muito agressivos na boca”, explica a especialista na edição 57 do podcast Wineverso.
Os vinhos da Ímpetu são produzidos na região do Vale Central, no Chile, que conta com diversas vinícolas. As bebidas produzidas na região sofrem influência do clima mediterrâneo, que não apresenta grandes variações de temperatura no verão ou inverno.
Por isso, a uva produzida nesse local passa por um bom processo de amadurecimento, o que mantém o seu frescor.
“Tudo isso a gente consegue perceber bem nessa linha da Ímpetu. Frescos e fáceis de beber, dão uma boa noção das características do terroir onde eles são produzidos”, complementa a sommelière.
Além dos sabores, essa linha se diferencia pelo custo-benefício e a produção sustentável. Por conta dessas características, vinhos como esses podem ser consumidos por quem está iniciando e deseja relaxar após um dia de trabalho ou harmonizar a bebida com algum prato especial.
Como combinar vinhos e pratos
A harmonização correta de pratos e bebidas depende das características de cada vinho. Na mesma edição do podcast Wineverso, Paula Daidone, jornalista e especialista em vinhos, observa que o Ímpetu Cabernet Sauvignon 2018, por exemplo, possui um sabor com um toque mais herbáceo.
Por isso, a recomendação é que ele seja harmonizado com pratos que também tenham um toque de erva. Uma empanada de carne com molho chimichurri, por exemplo, é um excelente acompanhamento para abrir essa garrafa de vinho depois de um dia de trabalho.
No caso do vinho Ímpetu Sauvignon Blanc, o ideal é que ele seja apreciado com pratos como peixe com molho de ervas finas, um bolinho de bacalhau ou frutos do mar.
Ele também é uma ótima alternativa para acompanhar pratos vegetarianos, o que o torna uma boa escolha para ocasiões em que é preciso combinar pratos diferentes e agradar paladares variados.
Além disso, como esse vinho tem um sabor mais cítrico, ele pode ser utilizado para complementar o sabor da comida.
“Ao invés de fazer um peixe frito e pingar um limãozinho, você pode dar um gole no vinho, porque ele já vai entrar ali com aquela nota cítrica e com uma nota herbácea fazendo as vezes de um ingrediente que você precisa colocar”, explica Paula.
Para quem prefere carne vermelha, a sommelière Marina recomenda o Ímpetu Carménère. De acordo com a especialista, esse vinho também tem um sabor herbáceo, o que o torna uma ótima opção para harmonizar com alguma salada ou molho chimichurri.
Ele também pode ser utilizado por quem deseja experimentar a combinação inusitada entre vinho e hambúrguer de carne, desde que o sanduíche tenha algum molho de ervas ou salada em sua composição.
Nem sempre o mais caro é o melhor
Paula Daidone também lembra que nem sempre um vinho complexo ou muito caro é o melhor investimento. Apesar de serem bem atraentes e altamente recomendados, esses rótulos mais elaborados nem sempre agradam todos os paladares.
Para uma pessoa que prefere um vinho mais leve ou frutado, por exemplo, um tipo considerado mais pesado não será bem recebido.
“É importante ter uma ideia do momento em que você vai abrir e com quem você vai abrir a garrafa de vinho. Apostar num vinho mais fácil, como o Ímpetu, que é feito para agradar mais paladares, com certeza vai dar mais certo”, reforça a jornalista.
Para aproveitar toda a experiência que o vinho é capaz de proporcionar, é importante pesquisar as explicações sobre a uva e a produção de cada vinho. Dessa forma, fica fácil entender quais são as características dos rótulos, quais são seus aromas e sabores e tentar encontrar essas características durante o consumo da bebida.
Fonte: Carolina Peres ([email protected]) / Marina Souza, sommelière da Wine